17/02/2012 | 08:27:29.
Professores contrários a prêmios estipulados por Salvaro
Criciúma - Os professores da rede municipal de ensino de Criciúma são contrários ao Projeto de Lei Nº 133/11, que institui a Bonificação por Desempenho Atingido (BDA) chamado de "Prêmio por Meritocracia". A iniciativa da administração municipal cria distorções sem, efetivamente, reconhecer o desempenho global da educação, podendo originar disputas e concorrências não recomendáveis entre professores e escolas, entenderam os professores.
A posição foi tomada em assembleia geral convocada entre os professores das 71 escolas da rede municipal de ensino, realizada ontem, na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Criciúma e Região (Siserp). Com a posição a diretoria do sindicato e o movimento do magistério vão gestionar para que o projeto de lei seja rejeitado na Câmara de Vereadores.
"O projeto estabelece três critérios para concessão da meritocracia e todos são muito duvidosos", opina a presidente do Siserp, professora Maria Bárbara Teixeira Righeto. A gratificação anual que pode ser de até R$ 1 mil para cada professor, de cada escola, tem como primeiro critério a nota do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), com 60% de peso. O segundo, de 30%, é uma pesquisa a ser realizada com a comunidade atendida pela escola e os 10% restante pela assiduidade dos profissionais da escola.
A assembleia geral dos professores entendeu que o Ideb é um índice volátil nesta discussão. "Podemos ter em uma unidade uma turma, por exemplo, com alunos faltantes no dia da prova; o resultado não vai representar o universo escolar", ilustra Bárbara. Esse cenário, pondera, pode representar, ainda, arestas criadas entre professores e escolas.
Os outros dois critérios, da mesma forma, não agradam os profissionais de educação. "O bom professor não é aquele que sempre agrada, mas é o que toma decisões que podem desagradar, mas são necessárias para o bom andamento de sua turma", ressalta a presidente do Siserp. Finalmente a questão de assiduidade é atacada pelo fato de licença para tratamento médico eliminar esse critério. "Alguém fica doente por vontade própria?", questiona ela.
"Se a administração quer remunerar dignamente os professores, existem outras formas, como ampliar o índice de reajuste do piso nacional do magistério, que neste ano é 22%; o piso é o mínimo; além disso, o prêmio Promoção por Merecimento previsto no Estatuto do Servidor não vem sendo pago", conclui a presidente do Siserp.
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