ABAIXO-ASSINADO UMA MATRÍCULA UMA ESCOLA
A lei 2200 garante que os professores da rede estadual não podem mais ficar em mais de uma escola, entretanto o governador Cabral quer impedir que ela seja oficializada.
Clique aqui para saber mais e participar da mobilização.
Até 16/06/13 já foram 3.080 pessoas assinando.

25/04/2013

EDUCADORES CRITICAM MERITOCRACIA NA EDUCAÇÃO


Retirado do site da Folha Dirigida.

Última Atualização - 19/04/2013
Por Isabela Borges - isabela.moura@folhadirigida.com.br

Organizado por professores do Colégio Estadual Visconde de Cairu, o seminário “Meritocracia e Precarização do trabalho docente: Políticas educacionais no Rio de Janeiro”, que aconteceu no sábado, dia 13, levantou questões sobre a educação pública no estado. A mesa de debates contou com as professoras Cláudia Piccinini, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Valena Ribeiro, do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-RJ)e doutoranda da Universidade Federal Fluminense (UFF).

O professor Luis Eduardo Mergulhão abriu o debate falando sobre a criação do seminário. “Este encontro servirá para alimentar nossas discussões sobre as pressões que estamos sofrendo. Além de nos dar uma dimensão mais crítica para de fato erguermos o projeto político-pedagógico do colégio”, disse o professor de Sociologia.

A pesquisadora e professora Cláudia Piccinini baseou sua fala em sua tese de doutorado, quando pesquisou a formação e o trabalho de educadores e em sua trajetória como professora na rede pública do ensino básico. Com um discurso nada otimista, a pesquisadora citou diversas mudanças que estão sendo implementas pelos governos municipal e estadual que, segundo ela, afetam o trabalho docente e a formação dos jovens. Cláudia ainda criticou a adoção de políticas de metas, por acreditar que ela pode levar a uma lógica de aprovação a qualquer custo, capaz de causar deficiências na aprendizagem e pressão sobre o corpo docente. “Professores não são mais entendidos como intelectuais, e sim, cobrados para serem exclusivamente prestadores de serviço.”

Na segunda palestra, a professora Valena Ribeiro seguiu o mesmo pensamento da colega e criticou a forma que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é visto pelas secretarias de educação: “O olhar diante da educação é economicista. A escola é vista como fábrica. Todos nós, professores, sabemos: a orientação é aprovar. Os anos de permanência do aluno na escola são um dos critérios de avaliação do Ideb. Para eles, quanto menos tempo na escola, melhor”. De acordo com a análise da palestrante, a gratificação diferenciada por cumprimento das metas fragmenta a classe dos docentes. A doutoranda trouxe, ainda, informações sobre a implementação do plano de metas nos Estados Unidos. “A política de metas foi usada na educação pública estadunidense, sendo considerada um fracasso.”

Por fim, os professores ficaram satisfeitos com o resultado do seminário e acreditam que o objetivo foi alcançado. Segundo Orlando Falsseti, as pesquisas apresentadas enriqueceram o debate iniciado na escola. “A atividade traz um olhar científico que acrescenta dados importantes para se pensar a educação.” Na avaliação do professor de Educação Física Luiz Sérgio Barbosa, o seminário ganhou repercussão e ajudou a refletir sobre a meritocracia. "A meritocracia é um mal implementado há muito tempo, intensificando-se a cada ano", lamentou o professor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça seu comentário.