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23 de Abril de 2013•14h57
Professores do RS pedem prisão do governador por não pagar o piso
O Rio Grande do Sul é o Estado que paga o salário mais baixo aos seus professores: R$ 977,60 como vencimento inicial
Daniel Favero
Direto de Porto Alegre
Cerca de 5 mil professores, segundo o Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers-Sindicato), marcharam pelas ruas de Porto Alegre, na tarde desta terça-feira, para cobrar o pagamento do piso nacional no Estado. Eles pediam a prisão do governador Tarso Genro pelo não cumprimento da Lei do Piso. "Quem não cumpre a lei tem que ser preso", dizia a presidente do sindicato, Rejane Oliveira.
O grupo se concentrou a partir das 13h em frente à sede do sindicato, na avenida Alberto Bins, e marchou pelas principais vias do centro da capital gaúcha paralisando o trânsito. O Rio Grande do Sul é o Estado brasileiro que paga o salário mais baixo a seus professores - R$ 977,60 para uma jornada de 40 horas semanais, segundo levantamento feito pelo Terra. O piso nacional é de R$ 1.567,00.
Professores do RS simulam prisão do governador
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Professores do RS simulam prisão do governador
O salário de R$ 977,60 é o básico para um professor que tenha o ensino médio e sobre esse valor incidem todas as vantagens. Apesar das dificuldades financeiras, o governo gaúcho disse que não vai fazer mudanças no plano de carreira, como aconteceu em outros Estados, para atingir o valor nacional. O Estado ainda contesta a forma de reajuste do piso, hoje baseada no Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), e defende a vinculação ao índice que mede a inflação. Em 2013, o piso teve reajuste de 7,97% em relação ao valor de 2012.
Professores de todo o País começaram hoje uma greve, com duração de três dias. "Essa manifestação também serve para denunciar as condições precárias das escolas, sem professores e funcionários, e a reforma da educação que serve para formar mão de obra barata para os patrões", dizia Rejane, classificando as políticas aplicadas pelo secretario José Clovis Azevedo como nefastas.
Alunos também aderiram a macha pelo pagamento do piso nacional no Estado
Foto: Daniel Favero / Terra
Por volta das 14h eles chegaram à sede do governo gaúcho, onde continuavam a concentração com música e discursos de entidades relacionadas. Foi quando uma pessoa caracterizada como sósia do governador foi simbolicamente presa pelos manifestantes, que chegaram a usar até uma viatura de mentira da polícia na encenação.
Dentro do Palácio Piratini o governador dava uma coletiva sobre a missão oficial que fará à Palestina e Israel para a criação de intercâmbio financeiro, tecnológico e cultural. Indagado sobre a manifestação, Tarso disse que encarava o ato “com absoluta tranquilidade. Essa encenação de que vocês falaram é algo que eles usam para chamar a atenção, e conseguiram, por isso que estão me perguntando sobre isso”, afirmou o governador, para momentos depois pegar o microfone e dizer que nenhum professor do Rio Grande do Sul recebe menos que o piso nacional.
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