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26/03/2013

DEPOIS DE SURRA, DIRETORA AGORA É REFÉM DO MEDO


Retirado do site do jornal O Dia.
Esse jornal parece que não tem continuidade nas suas notícias. Antes 
(25.03) escreveu que a diretora foi repreender o namoro do aluno dentro da escola e que o aluno foi expulso. Agora (26.03) escreve que foi por uma briga de brincadeira e que o pai foi pedir a transferência.... esse jornaleco precisa se decidir....

26.03.2013 às 00h40
Educadora de escola de Piedade agredida por aluno não sabe se voltará a trabalhar
POR CHRISTINA NASCIMENTO

Rio -  "Estou atrás das grades (de casa) falando com você. Tenho medo de tudo. De ir para a rua e encontrá-lo. De a polícia vir aqui com ele”.

O desabafo vem com palavras repletas de dor. Leila Soares, 43 anos, agora é refém do medo. Espancada por aluno de 15 anos, a diretora da Escola Municipal João Kopke, em Piedade, como O DIA  mostrou nesta segunda-feira, não sabe ainda se vai voltar para a unidade. Na quinta-feira, ela viu sua carreira desmoronar numa sessão de socos e insultos na sala onde trabalhava há quatro anos. Na escola, pais amedrontados cogitam tirar os filhos de lá.

“Não sei se volto. Não tenho a menor condição de pensar sobre minha vida. Neste momento, não quero nada, nem chegar perto (da escola). Estou com medo e à base de remédios. Olho toda hora pela janela para ver se ele vai aparecer, se vão trazê-lo aqui. Nunca passei por isso e nunca vi nada parecido”, contou Leila, que tem contado com a solidariedade de amigos e desconhecidos para superar o trauma. “Até o cara do lava a jato me ligou preocupado”.



Alunos estenderam cartaz pedindo paz à escola e em apoio a Leila. Agressor foi expulso, mas pais estão com medo | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia

Os momentos de terror que Leila passou a impedem de dormir. Desde quinta-feira, ela está com o lado direito do rosto dormente e com dores no ouvido. A gengiva está inchada, e crises de choro viraram rotina. Hoje, ela vai passar por exame no Instituto Médico-Legal.

“Ele me deu uma ‘banda’ e um soco. Eu senti o rosto e me encolhi, para o tórax. Pensei que nunca mais acabaria. Sei que ele xingava, mas sou incapaz de lembrar. Era como se eu não escutasse nada. Quando conseguiram tirá-lo de cima de mim, tive medo de levantar, porque ele ainda estava ali, e meu sangue, no chão”.

Leila disse que não consegue imaginar o que motivou tanta raiva do aluno, que teria prometido se vingar. “Ele falou com a coordenadora que até poderia ser expulso, mas, onde me encontrasse, me pegaria. Não sei o que pode acontecer. Fato é que ele está solto, e eu, atrás das grades”.

Carta da professora Leila, a vítima

“Quantas vezes nos indignamos quando sabemos de casos de agressões a colegas, profissionais como nós. Mas não nos indignamos o suficiente por acharmos que ainda está muito distante...
De repente, chega a nós.
O corpo dói. Mas a dor vai passando com gelo, analgésico, remédios...
O coração, este fica tão apertado que parece que sobra espaço em torno dele de tão pequeno. Este espaço é preenchido com dor. Que não tem remédio.
A alma fica endurecida. Parece que sai do nosso corpo... A pele dói. O sangue circula doendo. Os membros movem-se doendo.
Perdemos o chão. Não temos onde nos agarrar. Só o carinho dos amigos (conhecidos ou não) é que nos conforta. Sofremos nós, nossos parentes, nossos amigos, nossos companheiros. Sofre uma sociedade inteira que vive temerosa porque não temos quem nos proteja. O agressor sai de cabeça erguida, olhando para trás e rindo. Não só do agredido, mas de cada um de nós.
Ri daquele que foi empurrado, xingado, ameaçado, chutado, socado. Ri daquele que o tirou e tentou mostrá-lo o erro. Ri do erro... Ri de quem não deveria mais permitir o erro. Ri da sociedade que fica refém enquanto ele continuará empurrando, xingando, ameaçando, chutando, socando... Ri do sangue que escorreu, do rosto que machucou, da alma que feriu. Apenas sai, impune, e olha para trás, e ri.
Para mais adiante deixar refém mais muitos. Quem somos nós, educadores?
Pois eu sei quem somos nós: Somos aqueles de quem ri o que sai impune, olhando para trás e rindo.
Será que serei só mais uma? Ou a última?”

Jovem não se apresentou à Justiça nesta segunda
Autuado na 24ª DP (Piedade) por lesão corporal, o adolescente era esperado nesta segunda-feira na Vara da Infância e Juventude. Ele deveria se apresentar a um promotor, mas não compareceu. Segundo a assessoria do Ministério Público, os responsáveis pelo jovem serão notificados e, caso descumpram novamente a ordem, o estudante será conduzido por uma equipe até o local.

A Guarda Municipal disse que a Escola João Kopke está incluída no roteiro da Ronda Escolar. O órgão prometeu reforçar o patrulhamento na unidade nos próximos dias. Para os pais de alunos, no entanto, o clima é de medo.

“Vou pedir a transferência do meu filho depois deste caso de violência. Vim aqui resolver isso hoje (segunda-feira)”, afirmou Dayane dos Santos, 23 anos.

Frieza após agressão
Colegas do estudante de 15 anos que agrediu a diretora disseram que ele é bem popular na escola e que não mostrou nenhum tipo de apreensão após o episódio.

Segundo os jovens, o jovem, que foi expulso da escola na sexta-feira, mora no Morro do Urubu com a mãe. Ele estudava na unidade desde 2001 e já tinha vindo transferido de outra unidade. O incidente começou quando a diretora foi separá-lo de uma briga de brincadeira, e ele se irritou.

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