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25/04/2013

PROFESSORA GREVISTA DIZ QUE CLASSE VIROU "DEPÓSITO DE ALUNO"


Retirado do site Último Segundo.

Enquanto mães reclamam da paralisação de docentes em São Paulo, líder prevê aumento da adesão até sexta-feira
Wanderley Preite Sobrinho | 24/04/2013 18:35:37

Atrás de uma mesa tomada por panfletos de esquerda, a professora de história aposentada Nilcéa Fleury, uma das líderes da greve instaurada no Estado de São Paulo na última sexta-feira (19) em uma assembleia no vão livre do Masp, na Avenida Paulista , desenha uma situação caótica nas escolas da periferia como justificativa para a paralisação que ela ajuda a sustentar. A também diretora do sindicato dos professores (Apeoesp), vestida com uma camiseta com o carimbo “LUTO pela escola pública”, reclama da dificuldade de manter em ordem uma sala com 30 alunos dos ensinos fundamental e médio. “Nossa meta é chegar a 20 estudantes por sala. As classes viraram um depósito de alunos.”

O estresse causado pela “superlotação” seria tamanho que responderia pela brigas “cada vez mais frequentes” entre alunos e professores. “Na terça-feira (16), em uma escola na Freguesia do Ó, um aluno jogou um livro pesado no rosto de um professor, que registrou o fato em um boletim de ocorrência”, conta.

Mas a “falta de estrutura” e a violência nas escolas estaduais seriam apenas parte do problema. A principal razão da greve é o reajuste de 8,1% concedido recentemente pelo Estado , percentual bem abaixo da reivindicação de 36%. “Professores têm menos direitos do que um bóia fria”, exagera. A Apeoesp diz que o reajuste proposto pelo governo é na verdade “reposição das perdas que remontam a 2011”: “não é reajuste salarial.”

A paralisação, no entanto, é desdenhada pelo governo do Estado e pouco representativa: pelo menos 76% dos professores não cruzaram os braços.

No País: Professores fazem paralisação até quinta em 22 Estados, segundo sindicato

O governo respondeu em nota que “os 8,1% de acréscimo eleva de 42,2% para 45,1% o aumento escalonado até 2014” e, que, “desse modo, os professores da rede estadual paulista, que já ganham 33,3% mais que o piso nacional vigente, passarão a ter, a partir de julho, uma remuneração 44,1% maior que o vencimento mínimo estabelecido em decorrência da Lei Nacional do Piso Salarial Magistério Público".

Desconsiderando a greve, a Secretaria Estadual de Educação informou que as aulas vêm ocorrendo normalmente e até recomendou que "pais e alunos mantenham sua rotina e não deixem de ir à escola". Segundo a pasta, houve aumento de apenas 2,3% nas ausências em relação à média diária de 5%.

Mesmo nas contas do sindicato, os “fura greve”, como Nilcéa se refere aos professores que se mantêm em sala de aula, somariam 76%. “Começo de greve é assim”, disse ela. “Até sexta-feira (26), muitos terão aderido.”

Crianças sem aulas

Nilcéa lamenta que a “necessidade de paralisação” afete as mães que trabalham e não têm com quem deixar suas crianças. “Meu filho de 18 anos cuida do de 10 na parte da manhã. Depois ele fica sozinho em casa”, explica a cozinheira Josélia dos Santos, 41 anos. “É angustiante não ter com quem deixá-lo.”

Nesses dias de greve, a garçonete Francisca das Chagas, 31, precisa levar o filho de 9 anos até o restaurante em que trabalha, em Santana, zona norte. “Às vezes atrapalha, o patrão não gosta. Não tenho dinheiro para pagar alguém que cuide dele.”

A garçonete espera que a greve na rede estadual de ensino acabe logo. “É justo que os professores tenham mais direitos, mas é melhor entrar logo em um acordo porque no final todos terão de usar as férias para repor as aulas.”

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