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16/03/2013

SEM ESTRUTURA, ESCOLAS DE RORAIMA TÊM PROBLEMAS COM ENSINO INTEGRAL


Retirado do site G1.

12/03/2013 15h33
O G1 visitou cinco das seis escolas que aderiram ao projeto Guaporé.
Falta de salas e banheiros dificultam desenvolvimento das atividades.
Larissa Matarésio
Do G1 RO
Escolas que aderiram ao projeto de ensino integral não passaram por mudanças na infraestrutura (Foto: Larissa Matarésio/G1)

Falta de planejamento e infraestrutura inadequada foram os principais problemas relatados ao G1 em pelo menos três, das seis escolas estaduais de Porto Velho que aderiram ao Projeto Guaporé de Educação Integral.  O projeto implantado este ano pela Secretaria Estadual de Educação de Rondônia tem o objetivo de oferecer aulas de reforço escolar e atividades complementares em período oposto às aulas, entretanto, faltam salas e locais adequados para manter os alunos no contraturno.

O G1 visitou cinco, das seis escolas que participam do projeto desde o dia 4 de fevereiro. Quatro delas estão localizadas na Zona Leste, uma na Zona Sul e outra na região do Baixo Madeira, em 
Porto Velho.

Como o projeto oferece 2h30 de reforço escolar, além das quatro horas do ensino formal, e mais atividades extras, como karatê, taekwondo, dança e judô, é previsto que a instituição ofereça três refeições, café da manhã, almoço e lanche da tarde, e ofereça estrutura para os alunos tomarem banho na escola.

Na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Ulisses Guimarães, do Bairro Jardim Santana, na Zona Leste, a proposta de manter os alunos na escola por pelo menos 8h não funciona, já que as crianças têm que voltar para casa para almoçar e tomar banho.

A Seduc disse que tínhamos que começar este ano para não atrasar o projeto, então começamos "
Maria Eugênia, coordenadora

A coordenadora do projeto na escola, Elivania Melo Peixoto, relata que no início a escola ainda tentou manter os alunos no período do almoço, sem mandá-los para casa, mas a situação não durou por muito tempo. “Ainda não recebemos o repasse de verba extra para a alimentação do período integral. No início conseguimos administrar a alimentação com as verbas que tínhamos e dividindo as refeições entre os turnos, mas não tivemos condições de continuar. Mas assim que a verba chegar, os alunos voltarão a ficar integralmente na escola”, diz Elivania.

Nas escolas Marcos Freire, no Bairro Ronaldo Aragão, na Zona Leste, e Bela Vista, no Bairro Conceição, na Zona Sul, o início da educação integral pegou as escolas desprevenidas.

Sem banheiros com infraestrutura para as crianças tomarem banho, na Marcos Freire os alunos ou tomam banho no banheiro dos professores ou não tomam. No Bela Vista, a escola improvisou um sistema de crachás. Aqueles que os pais enviam uma autorização recebem um crachá para serem liberados durante o horário de almoço para irem para casa tomar banho.

Na escola Ulisses Guimarães os alunos que participam do ensino integral enfrentam o calor da capital já que nenhuma sala de aula possui ar-condicionado (Foto: Larissa Matarésio/G1)

“A Seduc disse que tínhamos que começar este ano para não atrasar o projeto, então começamos”, diz Maria Eugênia Aidar, coordenadora do projeto na escola Marcos Freire. Com 585 alunos, 35 professores do quadro efetivo e mais dez para reforço, o colégio não  planejou o ensino integral.

Duas professoras que não quiseram se identificar, ressaltaram que, na teoria, o projeto é muito bom e tem tudo para melhorar o ensino em Porto Velho. Mas o jeito que ele está sendo administrado, sem planejamento e sem infraestrutura para receber e manter os alunos e professores sem espaço físico adequado para as atividades disponibilizadas, apenas faz com que os alunos e pais tenham receio em participar ativamente do projeto.



Ronaldo Wemerson Braz, de 11 anos, estuda na Ulisses Guimarães e disse que ainda não participou de nenhuma atividade. “Tive preguiça de vir à tarde”, conta. O amigo de Ronaldo, Ricardo Vieira, enfatizou. “Eu ainda não vim porque não mandaram nenhum bilhetinho para a minha mãe. Acho que ela nem está sabendo”, diz Ricardo.

Bibliotecas, laboratórios e pátios estão sendo adaptados para receber os alunos do contraturno porque não há salas de aula suficientes para todas as turmas (Foto: Larissa Matarésio/G1)

Na escola Flora Calheiros Cotrin, no Bairro Esperança da Comunidade, Zona Leste, o ensino integral está funcionando apenas na segunda, quarta e sexta-feira, porque a falta de banheiros para tomar banho também se tornou um problema para manter os alunos no período integral no colégio.

Parcerias ajudaram
Entretanto, a escola Juscelino Kubitschek, no Bairro Agenor de Carvalho, tem 1.036 alunos que participam do ensino integral e consegue administrar todos os ambientes da escola para manter os alunos no contraturno.

“Temos 17 salas ocupadas no ensino formal. No contraturno, conseguimos oferecer mais oito salas dentro da escola com todas as aulas de reforço e atividades físicas, e mais cinco salas são disponibilizadas para as aulas, desde que fizemos uma parceria com a associação de moradores do bairro e eles nos cederam salas para as aulas”, diz Andrelino Moraes, diretor da escola. O prédio da associação fica nos fundos da escola.
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A aluna Vanessa Corrêa da Silva, da 7ª série da Juscelino Kubitschek, conta que está contente com os novos horários da escola e tenta aproveitar ao máximo todas as aulas extras que são oferecidas. “Antes eu passava a tarde toda em casa, sem fazer nada, agora eu estou aprendendo melhor o inglês com as aulas de reforço e faço judô, karatê e capoeira”, completa.
Em todas as escolas, os professores receberam notebooks, lousas com telas interativas e professores cedidos pela Seduc para administrar as aulas de reforço. “Apesar das dificuldades, temos a esperança de que o projeto irá ajudar muito a educação e que com tempo e as adequações necessárias iremos superar as dificuldades”, completou a coordenadora Elivania.

A coordenadora regional da Seduc em Porto Velho Irany de Oliveira, falou ao G1 que as escolas passarão por todas as adequações necessárias para atender aos alunos do ensino integral no decorrer do ano. “A Seduc está se organizando para adequar todos os espaços físicos que apresentarem problemas e tudo será feito para completar a carga horária das atividades extras”, afirmou Irany. 

Alunos da Escola Juscelino Kubitschek participam de atividades físicas (Foto: Larissa Matarésio/G1)

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