Retirado do site Rede Brasil Atual.
Continua a quebra de braço sobre a lei dos 1/3 em São Paulo. Em algum momento precisamos nos posicionar no Rio de Janeiro.
Publicado em
15/02/2012, 19:08
Última atualização
em 16/02/2012, 09:57
São Paulo - O Sindicato dos Professores
da Rede Estadual de São Paulo (Apeoesp) organiza a categoria para uma greve
geral no dia 14 de março. O motivo da paralisação, segundo o sindicato, é o
descumprimento da Lei do Piso Nacional, que prevê um terço do tempo de aula
livre para o professor se preparar para suas atividades.
A Secretaria de Educação do Estado
negou nesta quarta-feira (15) o descumprimento da lei e irritou os movimentos
sociais que participaram de uma audiência pública sobre o tema na Assembleia
Legislativa paulista.
"A Secretaria de Educação deveria
implementar a lei imediatamente porque é constitucional, mas buscou-se um
caminho protelatório e a questão está sendo empurrada com a barriga",
reclamou a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Noronha. Ela explicou que a
justificativa do governo é a falta de professores na rede estadual e de verba
para contratação de novos profissionais.
O assessor de Comunicação da pasta,
Maurício Tuffani, que representou o governo na audiência, explicou que o tempo
de preparação previsto pela Constituição já é cumprido. Ele discordou das
reclamações dos professores. "A lei é muito clara. A Apeoesp discorda por
utilizarmos um somatório de intervalos que não existem mais, e que eles mesmos
consideravam horário extra-classe", explicou.
Tuffani afirmou que não compete mais à
Secretaria qualquer discussão sobre o tema. "Está no âmbito da Fazenda
pública, não nas nossas mãos", disse. Ele falou que não irá comentar a
greve enquanto ela não estiver ocorrendo. Mesmo assim, Maria Izabel afirmou que
a paralisação será muito forte. "Pelo clima, ninguém está a fim de ficar
esperando."
Bate-boca
O plenário lotado para a audiência
pública assistiu a um pequeno bate-boca entre os deputados Mauro Bragato (PSDB)
e João Paulo Rillo (PT). O petista chegou a comparar o descaso do governo com
os tempos de ditadura. "Infelizmente o goveno adotou uma posição muito
intransigente, de desrespeito ao estado democrático de direito, que desacata a
lei", disparou.
Bragato reclamou da postura de Rillo e
acusou o parlamentar de estar utilizando o tema politicamente. "Está
havendo um exagero por parte do deputado (Rillo). Nós vamos participar de
qualquer negociação como sempre participamos. Nós temos aqui um problema que
terá de ser resolvido com educação", respondeu.
Tanto a base governista quanto os
movimentos sociais e deputados de oposição enxergaram como improvável um
consenso até 14 de março, data marcada para início das greves.
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