Retirado do site jornal O Dia.
16.02.2012 às 00h14
Estudantes da rede estadual querem controle de namoro e drogas,
diz pesquisa
POR MARIA LUISA BARROS
Rio - Estudantes de
escolas estaduais do Rio querem mais limites, cobrança e disciplina dentro e
fora das salas de aula. Ao contrário do que possa parecer, a nova geração
rejeita o excesso de liberdade. Para alunos da rede, a escola deveria controlar
a frequência, fiscalizar a entrada de estranhos, exigir uniforme, proibir
celular na aula e até restringir namoro lá dentro. Eles também defendem maior
rigor na punição de condutas inadequadas de colegas em sala e a adoção de
medidas para evitar a venda e o consumo de drogas no interior e no entorno das
unidades.
As revelações constam em uma
pesquisa encomendada pela Secretaria Estadual de Educação ao Instituto Mapear
em dezembro do ano passado. O estudo sobre ‘Percepções e Expectativas’ ouviu 4
mil estudantes e 1.200 pais e responsáveis. Para a estudante Isabelly de Araújo
Lima, 15 anos, do Colégio Estadual Pedro Álvares Cabral, em Copacabana, o
respeito deve ser recíproco entre alunos e professores. “ Tem que saber separar
o ambiente escolar da vida pessoal. Escola é para estudar”, diz ela, que também
aprova o uso do uniforme, mas gostaria de poder usar bermuda no verão.
“A escola é o começo da
preparação da vida profissional do aluno. As grandes empresas vão exigir
disciplina, horários e regras de convivência”, diz Eliane Meneguite,
coordenadora pedagógica do C.E.David Capistrano, em Niterói, onde estuda
Matheus Camelo Araújo, 16 anos, aluno do 2º ano. Como ele, 66% dos estudantes
pretendem fazer faculdade. “Vou prestar Vestibular para cursos na área de
Matemática, como Engenharia”, planeja. Outros 55% querem, após o Ensino Médio,
trabalhar, e 46% farão cursos profissionalizantes.
Foto: Arte O Dia
Jovens mais conectados
Jovens estão cada vez mais
conectados ao universo digital. A pesquisa revelou que praticamente todos os
estudantes do Ensino Médio (93%) têm telefone celular e (92%) acesso à
Internet, assim como Anderson Bezerra da Silva, e Patrick Alves, ambos com 18 anos
e alunos do 3º ano do Colégio Estadual André Maurois, no Leblon.
Os dois usam a Internet para
fazer pesquisas escolares e conversar com os amigos. Anderson concorda que o
celular fique desligado durante a aula, como defendem 82% dos pais. “A escola
proíbe o uso. Acho certo. Se tocar no meio da aula e alguém atender, tira a
atenção do professor que terá que explicar novamente”, diz. Embora a Secretaria
Estadual de Educação disponibilize o boletim escolar na Internet, apenas 30%
dos pais acompanham as notas online. Outros 41% não navegam na Internet.
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