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23/05/2013

TOQUE DE RECOLHER DEIXA 3,5 MIL SEM AULAS NO ALEMÃO


Retirado do site do jornal O Globo.

Estudantes relatam que traficantes ordenaram que todos voltassem para casa até 12h
Toque de recolher foi imposto depois da morte de um traficante na noite desta quarta
Publicado: 23/05/13 - 9h41
O comércio fechado no Complexo do Alemão, na Zona Norte, na manhã desta quinta-feira Guilherme Pinto / Extra / Agência O Globo
RIO — Cerca de 3,5 mil alunos foram prejudicados pelo toque de recolher imposto pelo tráfico no Complexo de Alemão, Zona Norte do Rio, nesta quinta-feira. Alunos da Escola Estadual Jornalista Tim Lopes relataram que traficantes ordenaram que todos voltassem para casa até as 12h. O toque de recolher teria sido imposto depois da morte de um traficante na noite desta quarta-feira na localidade de Areal. Escolas não abriram e outras encerraram as atividades mais cedo. O comércio amanheceu fechado apesar da presença da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Com isso, as ruas da comunidade ficaram desertas. Nas favelas da Chatuba e Parque Proletário, na Vila Cruzeiro, as lojas também não abriram as portas. Segundo a PM, a segurança foi reforçada com 100 militares de outras UPPs. Moradores, motoristas e motociclistas estão sendo revistados nos acessos às favelas. Dois suspeitos foram presos pela manhã.

De acordo com informações de moradores, a ordem para fechar o comércio teria partido do tráfico após a morte de um traficante. A polícia, no entanto, não acredita que a morte de Anderson Simplício de Mendonça, conhecido como Orelha, na noite de quarta-feira, teria sido o motivo do fechamento. O comandante da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), coronel Paulo Henrique de Morais, disse que todo o setor de inteligência da Secretaria de Segurança está tentando confirmar um boato de que o traficante Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, chefe do tráfico no Complexo do Alemão, teria morrido no Paraguai. Essa informação, segundo o comandante, teria sido o real motivo do fechamento do comércio em todo o Complexo do Alemão e Complexo da Penha na manhã desta quinta-feira. Para o coronel, fechar o comércio somente pela morte do Orelha seria algo desproporcional para o comportamento da comunidade, uma vez que ele era apenas o gerente da localidade conhecida como Grota, no Alemão.

Mais cedo, uma estudante da escola Tim Lopes, que não quis se identificar, contou que moradores da Grota foram ameaçados de ficar no meio de um fogo cruzado caso não obedecessem ao toque de recolher. Depois de o comércio ter fechado as portas, alguns pais correram até o colégio para buscar os filhos. Houve tumulto, já que, assustados, os alunos saíram das salas e foram para o pátio.

No entanto, eles foram impedidos de sair da escola pela diretora, que trancou as portas do colégio dizendo que só os deixaria sair acompanhados dos pais ou responsáveis. Uma das mães que estava do lado de fora arrombou a porta e conseguiu entrar no colégio, retirando a filha à força. Foi quando os alunos correram em direção ao portão de entrada e saíram da escola. Depois do tumulto, o colégio foi totalmente esvaziado.

Em nota, a Secretaria estadual de Educação informou que as aulas na Escola Estadual Jornalista Tim Lopes foram suspensas no turno da manhã por medida de segurança. O mesmo aconteceu nas escolas Gomes Freire de Andrade, na Penha, e Caic Theophilo de Souza Pinto, em Bonsucesso. Na três unidades, cerca de 1,5 mil alunos foram prejudicados. De acordo com a secretaria, os conteúdos perdidos serão repostos.

A Secretaria municipal de Educação disse, também em nota, que uma escola da rede e seis creches da região não funcionaram porque os alunos não compareceram. Nesta unidades, estão matriculados 1.986 alunos. Já as escolas localizadas no Complexo da Penha funcionaram normalmente.



Comércio amanhece de portas fechadas
Alguns comerciantes, que chegaram a abrir as portas, encerraram as atividades por volta das 9h30m. Dezenas de lojas na Rua Joaquim de Queirós estão fechadas. O mesmo cenário se repete na Avenida Central. Na Avenida Nossa Senhora da Penha, um dos acessos à Vila Cruzeiro, as lojas nem sequer chegaram a abrir. De acordo com o prorprietário de uma malharia, motoqueiros teriam passado no início da manhã avisando que o comércio deveria ficar fechado nesta quinta.
Pela manhã, na Favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão, dois supostos traficantes foram presos. Segundo policiais da Unidade de Polícia Pacificadora, que efetuaram as prisões, eles estavam mandando comerciantes da comunidade fecharem as portas. Os suspeitos foram levados pra 22ª DP (Penha). De acordo com o coordenador da UPP, Paulo Henrique de Morais, a ação seria mais uma tentativa do tráfico de desestabilizar a UPP.

Carros da Polícia Militar patrulham a Avenida Itararé, no entorno do conjunto de favelas. Além disso, há carros da PM parados em alguns pontos, como a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alemão, a Escola Estadual Jornalista Tim Lopes e a Rua Joaquim de Queirós, um dos principais acessos à comunidade.

Confronto na noite de quarta deixou traficante morto
Na noite desta quarta-feira, Orelha, de 29 anos, morreu durante um confronto entre criminosos e policiais da UPP nas localidades conhecidas como Cufa e Areal. Na ação, foram apreendidos um revólver, dois carregadores para fuzil e munições. O tiroteio aconteceu por volta das 21h depois que policiais do Regime Adicional de Serviço (RAS) se depararam com um grupo de suspeitos, que conseguiu fugir depois do confronto. Um carro da PM acabou atingido por tiros. Segundo os agentes, o local onde ocorreu a troca de tiros é considerado estratégico por ligar diversas comunidades.

Anderson foi baleado na localidade de Areal, a poucos metros de onde ocorreu o confronto. Ele chegou a ser socorrido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alemão, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo a PM, ele não estava com documentos.
Após a troca de tiros, os bandidos fugiram para a Rua Joaquim Queiroz, considerada uma das mais importantes no complexo. Com quatro quilômetros de extensão, a via corta várias comunidades. A ocorrência foi registrada na 22ª DP (Penha).


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