A lei 2200 garante que os professores da rede estadual não podem mais ficar em mais de uma escola, entretanto o governador Cabral quer impedir que ela seja oficializada.
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22/05/2013
PROFESSORES DO RIO ADAPTAM FUNK DE ANITTA PARA PEDIR ATENÇÃO DA PREFEITURA
Cerca de 300 pessoas participaram de protesto na manhã desta quarta.
Sindicato dos Profissionais de Educação marcou paralisação de 24 horas.
Mariucha Machado - Do G1 Rio
Professores e funcionários da rede de educação fazem ato no Centro do Rio. (Foto: Mariucha Machado / G1)
Cerca de 300 professores e funcionários da rede municipal do Rio se reuniram, na manhã desta quarta-feira (22), em um ato em frente à sede da Prefeitura, na Cidade Nova, segundo agentes da Guarda Municipal. Com apitos, faixas e instrumentos de bateria eles reivindicavam uma reunião com a secretária de Educação, Cláudia Costin, e exigiam reajuste salarial, plano de carreira unificado com valorização pelo tempo de serviço e formação e a autonomia pedagógica.
Nesta terça (21), o Sindicado Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe-RJ) anunciou que faria uma paralisação de 24 horas. Até as 14h, a Secretaria municipal de Saúde não havia informado quantas escolas haviam ficado sem aulas.
MC Anita ganha versão-protesto
A professora de educação infantil, Suianny Andrade, fez a adaptação de duas letras de funk para protestar. A versão de "Ela é top" foi cantada em coro pelos profissionais durante o protesto: “A prefeitura é uma mentira, dinheiro é Copa, dinheiro é Olimpíada, eu quero é mais respeito e atitude, Costin sai do Twitter já conheço esse seu truque”. A adaptação de "Show das poderosas", da MC Anitta, também esteve no repertório.
Na manifestação, o chefe do gabinete da Cláudia Costin marcou com a comissão do sindicato, uma audiência para o dia 29 de maio, às 11h. "Nós que temos interesse, temos que nos mobilizar, só assim vamos avançar", afirmou o vereador Renato Cinco, presente no ato.
Segundo Vera Nepomuceno, do Sepe, existe uma insatisfação muito grande entre os integrantes da classe de professores.
"A prefeitura é uma das maiores do Brasil e os professores não tem plano de carreira, nós não somos valorizados. As cartilhas pedagógicas são um outro debate. A secretaria impôs uma uniformização em realidades diversas. Nós não temos autonomia, esse é um problema pedagógico que angustia os profissionais. Os alunos acabam sendo treinados e não aprendem. O Rio, que é a maior rede da América Latina, não tem uma data base para discutir o índice de composições de salário. A gente fica à 'mercê' da prefeitura", declarou.
Funcionários da rede municipal também reivindicam
em protesto. (Foto: Mariucha Machado / G1)
Nanci Bermudas, agente auxiliar da creche municipal, disse que quer o enquadramento como professora de educação infantil. "A gente quer a incorporação da gratificação no salário. A gente ganha R$626 para educar e cuidar e os professores mais de R$1000", afirmou. Uma assembléia está marcada para as 14h no Clube Nacional, na Tijuca, Zona Norte do Rio.
A professora Lilian Rodrigues, do Espaco de Desenvolvimento Infantil Mariana Rocha de Souza, na Vila da Penha, Zona Norte, apóia a manifestação. "O salário não condiz com a nossa função, não temos condições de trabalho, as salas de aula são lotadas, não temos tempo para planejar as aulas", exclamou.
Ainda de acordo com Vera Nepomuceno, a distribuição dos jogos Banco Imobiliário com obras da prefeitura foram disponibilizados nas escolas da rede municipal custou milhões. Eles usaram o "tabuleiro" para reivindicar. "É um jogo para promover a prefeitura, porque tem todas as obras. É mais uma imposição", contestou.
A Secretaria Municipal de Educação informou que os professores poderão utilizar os jogos em disciplinas como geografia, história e matemática e ainda falar de temas como a preservação dos espaços culturais da cidade.
Professores utilizam uma reprodução do 'tabuleiro' do Jogo imobiliário da Prefeitura do Rio para protestar (Foto: Mariucha Machado / G1)
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