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25/04/2013

PARA SINDICATOS, BOLSA NÃO RESOLVE FALTA DE PROFESSORES


Retirado do site do jornal Folha Dirigida.

Última Atualização - 24/04/2013
Por Alessandra Moura Bizoni - alessandra.bizoni@folhadirigida.com.br

É com desconfiança que entidades sindicais ligadas ao magistério encaram a proposta do Ministério da Educação (MEC) de elaborar um programa para, desde o ensino médio, atrair estudantes para os cursos de licenciatura em Física, Química, Matemática e Biologia. 

Neste mês, o ministro da Educação, ao participar de audiência pública na Câmara dos Deputados, anunciou que pretende criar parcerias com universidades e oferecer bolsas de auxílio para incentivar os estudantes, ainda no nível médio, a seguirem a carreira do magistério na área científica. 

“É preciso estimular a vocação de professor. Temos o problema salarial, de carreira, mas há também o problema de despertar o interesse pela educação desde cedo e valorizar quem tem esse interesse. Precisamos estimular as Ciências Exatas, a demanda por ensino superior nessas áreas é muito baixa”, disse o ministro, analisando os índices de procura pela carreira do magistério registrados na última edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), por meio do qual instituições públicas de educação superior oferecem vagas a participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Ainda em construção, o projeto do MEC tem o propósito de incluir várias estratégias para alcançar o objetivo de formar mais professores para o ensino das ciências exatas, como o uso de laboratório de universidades e palestras de cientistas. 

Porém, para os educadores, o fator essencial para resolver o problema da carência de docentes, especialmente na área científica, é a melhoria do salário do magistério. 

Coordenadora geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), Gesa Linhares afirma que não adianta distribuir bolsas e criar programas: a solução para levar jovens a procurar as licenciaturas de Matemática, Química, Física e Biologia é melhorar o salário e carreira dos professores.

“Os dirigentes sabem muito bem o que precisa ser feito para resolver essa carência; não é de hoje que faltam professores nessas áreas. Enquanto recebermos esses salários aviltantes, esses profissionais não permanecerão no magistério. Há mais de 20 anos cobramos a valorização efetiva dos profissionais de educação. Diante desse quadro, muitos até começam a trabalhar como professores, mas depois seguem outras carreiras, em função da defasagem salarial, da falta de condições de trabalho nas escolas, das turmas superlotadas e da violência no ambiente escolar”, explicou a professora. 



Em estado de greve e participando de movimentos nacionais de valorização docente, o Sepe cobra piso salarial de cinco salários mínimos para professores e de 3,5 salários para os funcionários técnico-administrativos. 

“Hoje, com o desenvolvimento da Biotecnologia e da área ambiental, os professores migram para outras carreiras. Não adianta aplicar essa política de gratificações e abonos. O professor precisa de um salário digno. Não são programas do MEC que vão fixar os docentes na carreira, mas sim bons salários”, acrescentou Gesa Linhares. 

Representante da União dos Professores Públicos no Estado (Uppe-Sindicato) no Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro (CEE/RJ) e vice-presidente do órgão, Raymundo Nery Stelling ressalta a importância da melhoria salarial para que os profissionais optem pela carreira do magistério. 

“Evidente que qualquer política pública que vise o incentivo ao magistério e à qualificação docente é sempre bem-vinda. No entanto, o fator primordial para atrair profissionais para lecionar em ciências e na área de exatas é melhorar os salários. Os incentivos, programas e bolsas não serão suficientes para levar os estudantes a procurarem essa carreira”, argumentou o educador. 

Na avaliação da Raymundo Nery Stelling existe um ciclo vicioso: faltam professores de Matemática, Física, Química e Biologia, o que prejudica a formação de estudantes, especialmente os da rede pública. E estes jovens, por apresentar dificuldades nestas disciplinas, afastam das carreiras dessa área. 

Para o representante da Uppe-Sindicato, é preciso, além da valorização salarial, reformular o ensino médio. “Se não houver salários atrativos, esse círculo vicioso não será rompido. E também é preciso rever o modelo de ensino médio. Não se pode mais trabalhar com disciplinas estanques. É preciso dar uma nova dimensão ao ensino, dando um peso maior às disciplinas exatas para quem tem interesse nessa área e fazendo o mesmo com os que se interessam pelas áreas humanas, por exemplo”, completou o vice-presidente do CEE/RJ.

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