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Educadoras burlaram o teste do Saerj, que é usado para bonificação de professores pela Secretaria Estadual de Educação (Seeduc)
Enquanto aguardam o resultado dos inquéritos administrativos abertos contra elas, as duas dão aulas em escolas de Nova Friburgo
LEONARDO VIEIRA - 22/04/13 - 8h22
RIO - Flagradas cometendo uma fraude na prova do Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Saerj) no fim do ano passado, duas ex-diretoras já voltaram às salas de aulas, mas, desta vez, como professoras.
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Assim que os casos vieram à tona, a dupla foi exonerada dos cargos de direção das unidades — em Piedade, Zona Norte do Rio, e em Nova Friburgo, na Região Serrana. Mas, como ambas são servidoras concursadas, é preciso esperar que os inquéritos administrativos abertos na Secretaria de Estado e Gestão (Seplag) investiguem os casos e definam a situação das professoras. Dentre as punições possíveis, estão multa, destituição da função, demissão e até cassação de aposentadoria.
De acordo com a Seplag, ainda não há previsão para a conclusão dos processos. Enquanto aguardam uma definição, as duas ex-diretoras, remanejadas de função, hoje dão aulas em colégios de Nova Friburgo.
Neste mesmo município, Sirlene da Cruz Figueira, então diretora do Ciep Prof. Luis Carlos Veroneze, foi flagrada em dois vídeos, em dezembro passado, gravados em diferentes momentos: no primeiro, ela oferece dinheiro aos alunos com a condição de que eles façam o teste do Saerj, que não é obrigatório. Na segunda imagem, a diretora surge distribuindo R$ 90 aos estudantes. Ela foi exonerada no dia 2 de janeiro deste ano e voltou a dar aulas na semana passada.
No mês anterior, Laura Marques da Costa, diretora do Colégio Estadual João Kopke, em Piedade, abriu o lacre de uma das provas do Saerj antes do início oficial do exame. Um fiscal percebeu a ação e comunicou o fato a funcionários da Secretaria estadual de Educação (Seeduc), que exonerou a servidora da direção. Embora o ato tenha colocado em suspeita apenas a realização do exame naquela unidade, todos os testes de 130 mil estudantes foram cancelados.
É a partir do Saerj que a Seeduc aplica o sistema de bonificação de desempenho, criado em 2011. Se uma escola atingir ou superar metas impostas pelo governo estadual, professores, diretores e funcionários das podem receber gratificações que chegam a até R$ 15 mil. Para alcançar os objetivos, são levados em conta dados como o comparecimento à prova e a nota dos estudantes.
De acordo com a superintendente de avaliação da Seeduc, Vania Machado de Oliveira, os exemplos de fraudes das duas ex-diretoras são uma exceção na história do Saerj.
— São atitudes isoladas. Tentamos até entender o que elas fizeram, mas foi maluquice — disse a superintendente.
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