ELERJ DEBATE O IMPACTO DE DEZ ANOS DE COTAS NO ENSINO SUPERIOR

Retirado do site Folha Dirigida.

04/04/2013
Por Alessandra Moura Bizoni - alessandra.bizoni@folhadirigida.com.br

Em 2003, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) foi uma das primeiras do país ao adotar ações afirmativas para o ingresso de seus alunos. Nascia, naquele momento, a política de cotas no ensino superior no estado do Rio de Janeiro. Passados dez anos, especialistas, parlamentares, estudantes e ativistas de movimentos sociais se encontraram na Escola do Legislativo do Estado do Rio de Janeiro (Elerj) para analisar os desafios da medida que até hoje é alvo de polêmicas na sociedade brasileira.

Um consenso entre os debatedores foi com relação ao êxito da política de cotas e do impacto positivo que a iniciativa da Uerj gerou no ensino superior de todo o Brasil. Coordenador-geral da Elerj, o deputado Gilberto Palmares (PT/RJ) abriu os debates salientando a importância das ações afirmativas para o ensino superior brasileiro e também a relevância da realização desta discussão na instituição. "Esse debate é muito interessante pois recoloca os questionamentos sobre o que é o mérito acadêmico", declarou o deputado, após a divulgação de resultados que comprovam um nivelamento de desempenho entre cotistas e não cotistas ao final dos cursos.

Coletados nas últimas décadas, os números revelam que entre 2003 e o primeiro semestre de 2012 ingressaram na Uerj 47.540 estudantes, dos quais 31.605 não cotistas e 15.935 cotistas. Os cotistas são maioria entre os concluintes — 22% para os não cotistas e 43% para os cotistas — e são minoria entre aqueles que deixam a universidade — a evasão é de 20% entre os cotistas contra 33% entre os não cotistas.

O encontro contou, também, com a participação do professor da Universidade do Estado do Rio (Uerj) e  pesquisador  da  Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), André Lázaro; do aluno cotista e integrante do Grupo de Pesquisa Imagens, Narrativas e Práticas Culturais da Uerj, Élbio  Ribeiro; e de Marcos Rodrigo Silva Santos, integrante do Projeto Educafro.

Informações: www.alerj.rj.gov.br/elerj.