A profissão de docente é uma das que mais exigem a capacidade de concentração e responsabilidade no mercado de trabalho. Não por acaso, o cargo é definido com uma das profissões mais estressantes por especialistas. Inúmeros fatores contribuem para o acúmulo de preocupações dos professores, incluindo pequenas irritações presentes na rotina escolar. Fatores como jornada de trabalho em turnos diferentes, mal comportamento dos estudantes e falta de plano de carreira estão entre os itens que mais causam a fadiga mental nesta profissão. Estes malefícios, muitas vezes, acarretam em prejuízos físicos e de saúde. O número de professores que se afastam de suas obrigações por motivos de saúde oriundos de estresse excessivo não é pequeno, como afirma a educadora Martha Lovisaro.
“O que estamos vendo hoje em dia, no estado do Rio de Janeiro, é um percentual altíssimo de professores em licença médica, e a maioria por problemas psiquiátricos. O professor está adoecendo no sentido da depressão. Há uma série de estados que demonstram o desgaste emocional deste profissional. O docente sofre um desgaste muito grande e nós estamos vendo professores trabalhando em dupla jornada com trajetos distantes, inclusive. Essa profissão convive com enorme desgaste físico e emocional. Os colégios deveriam oferecer um apoio psicológico ao professor, que hoje em dia, mais do que nunca, precisa de uma capa protetora”, comenta a educadora.
O estresse se caracteriza por ser um conjunto de reações que o organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço para a adaptação. Neste processo, o indivíduo passa pelas fases de alarme (hormonal), adaptação (queda dos níveis hormonais e resistência) e esgotamento (aparecimento de doenças causado por exaustão). Sintomas como fadiga, angústia, ansiedade e depressão fazem parte do processo de estresse excessivo, muitas vezes sendo os principais catalisadores dentro de uma situação desconfortável.
Sem orientação, até o que ajuda pode causar estresse
No exercício do magistério, os problemas ocasionados pelo estresse afetam diretamente a sua estrutura física, causando malefícios como distúrbios vocais, físicos e psíquicos. A desvalorização social do professor em seu ambiente de trabalho, assim como suas condições profissionais deficientes e acúmulo de tarefas dentro e fora de sala de aula, também funcionam como fatores negativos dentro do processo.
Rosy Alvares, uma das responsáveis pelas palestras realizadas pelo Centro de Apoio Escolar, (CAE) acredita que a oportunidade de troca de experiências funciona como aprendizado profissional e pessoal. Esta espécie de encontro de professores pode funcionar como válvula de escape para os educadores. Na visão de Rosy, é fundamental que haja este debate de assuntos, porque o professor trabalha de forma muito isolada.
Dentre os aspectos que podem influenciar no acúmulo de estresse há destaque para as condições de trabalho. A escassez de recursos, por exemplo, pode ser mais um catalisador na rotina profissional dos docentes. Para a pedagoga Ligia Silva Leite, uma das vice-presidentes da Associação Brasileira de Tecnologia Educacional (ABT), a situação inversa também pode ter efeitos negativos.
“Para lidar com o estresse as vezes a tecnologia até funciona ao contrário, porque se a pessoa não domina a tecnologia isso atrapalha e estressa. É um mecanismo para facilitar o processo, mas quando o profissional não conhece e tenta usar, isso frusta e estressa mais ainda. O docente que tiver a disposição um material mas que não estiver ciente do modo de operá-lo possuirá altos níveis de estresse devido a condição encontrada.”
Difícil relação entre escolas e famílias complica o quadro
Entre os inúmeros fatores que podem levar um profissional de ensino ao estresse excessivo durante sua jornada de trabalho, um ponto em especial é amplamente comentado pelos professores. Apesar da relação com os alunos e a cobrança de superiores estarem entre as principais causas de desconforto no trabalho, a falta de uma relação de parceria com os pais é tida como o fator mais grave.
“O que estamos vendo hoje em dia, no estado do Rio de Janeiro, é um percentual altíssimo de professores em licença médica, e a maioria por problemas psiquiátricos. O professor está adoecendo no sentido da depressão. Há uma série de estados que demonstram o desgaste emocional deste profissional. O docente sofre um desgaste muito grande e nós estamos vendo professores trabalhando em dupla jornada com trajetos distantes, inclusive. Essa profissão convive com enorme desgaste físico e emocional. Os colégios deveriam oferecer um apoio psicológico ao professor, que hoje em dia, mais do que nunca, precisa de uma capa protetora”, comenta a educadora.
O estresse se caracteriza por ser um conjunto de reações que o organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço para a adaptação. Neste processo, o indivíduo passa pelas fases de alarme (hormonal), adaptação (queda dos níveis hormonais e resistência) e esgotamento (aparecimento de doenças causado por exaustão). Sintomas como fadiga, angústia, ansiedade e depressão fazem parte do processo de estresse excessivo, muitas vezes sendo os principais catalisadores dentro de uma situação desconfortável.
Sem orientação, até o que ajuda pode causar estresse
No exercício do magistério, os problemas ocasionados pelo estresse afetam diretamente a sua estrutura física, causando malefícios como distúrbios vocais, físicos e psíquicos. A desvalorização social do professor em seu ambiente de trabalho, assim como suas condições profissionais deficientes e acúmulo de tarefas dentro e fora de sala de aula, também funcionam como fatores negativos dentro do processo.
Rosy Alvares, uma das responsáveis pelas palestras realizadas pelo Centro de Apoio Escolar, (CAE) acredita que a oportunidade de troca de experiências funciona como aprendizado profissional e pessoal. Esta espécie de encontro de professores pode funcionar como válvula de escape para os educadores. Na visão de Rosy, é fundamental que haja este debate de assuntos, porque o professor trabalha de forma muito isolada.
Dentre os aspectos que podem influenciar no acúmulo de estresse há destaque para as condições de trabalho. A escassez de recursos, por exemplo, pode ser mais um catalisador na rotina profissional dos docentes. Para a pedagoga Ligia Silva Leite, uma das vice-presidentes da Associação Brasileira de Tecnologia Educacional (ABT), a situação inversa também pode ter efeitos negativos.
“Para lidar com o estresse as vezes a tecnologia até funciona ao contrário, porque se a pessoa não domina a tecnologia isso atrapalha e estressa. É um mecanismo para facilitar o processo, mas quando o profissional não conhece e tenta usar, isso frusta e estressa mais ainda. O docente que tiver a disposição um material mas que não estiver ciente do modo de operá-lo possuirá altos níveis de estresse devido a condição encontrada.”
Difícil relação entre escolas e famílias complica o quadro
Entre os inúmeros fatores que podem levar um profissional de ensino ao estresse excessivo durante sua jornada de trabalho, um ponto em especial é amplamente comentado pelos professores. Apesar da relação com os alunos e a cobrança de superiores estarem entre as principais causas de desconforto no trabalho, a falta de uma relação de parceria com os pais é tida como o fator mais grave.
Segundo especialistas, a ausência do acompanhamento dos responsáveis sobre o desempenho e comportamento dos estudantes sobrecarrega os professores. Para a professora Angélica França, responsável pelo ensino fundamental I do colégio Cogumelo Mágico, a responsabilidade dos professores fica ainda maior quando não existe a participação dos familiares na rotina escolar.
“Já existe toda uma cobrança da direção e dos pais, fora o tato com os alunos. A família infelizmente cobra demais da classe, e vem deixando muito para a instituição, a escola em si, fazer todo o trabalho de educação e criação. Nós, professores, estamos ali para transmitir conhecimento, mas a parte educativa tem que vir da família. É preciso que haja uma base própria para cada família, e não deixar isso de forma genérica para escola”, opina Angelica, afirmando ainda que existe receio por parte dos professores no momento de tentar controlar o mal comportamento dos alunos.
“Hoje em dia não se pode falar nada em sala de aula porque o Conselho Tutelar é acionado a todo momento e isso pode futuramente ser usado contra o professor. Se tentarmos repreender um aluno falando para ele que está com mal comportamento a mãe pode afirmar que você chamou o filho dela de sem educação. É preciso vigiar cada passo que nós damos. É um estresse diário.”
A tendência da vida moderna e cada vez mais tecnológica também influencia no distanciamento dos pais nas questões estudantis, assim como a constante falta de tempo dos profissionais desta geração. A participação maior dos responsáveis no processo educacional, segundo a coordenadora pedagógica Cleonice Terino, diminuiria a carga excedente de responsabilidade que é atribuída aos professores. Para Cleonice, a relação ruim entre famílias e escolas prejudica inclusive o planejamento pedagógico, que visa ao trabalho baseado em uma proposta de integração entre estes segmentos.
“Nós temos esta proposta de integração dos pais com toda gestão do corpo docente, justamente para evitar a ausência dos familiares da vida acadêmica dos filhos. Essa carga de responsabilidade jogada pra escola e para os professores é o que mais estressa atualmente”, afirma a professora, ressaltando que o papel da família dentro do desenvolvimento escolar é fundamental.
“Os pais precisam participar da vida escolar, tendo também sua parcela de responsabilidade também na educação, que é alta, ao invés de jogar tudo para a escola. Ainda seria necessário que a categoria fosse mais valorizada, porque qualquer problema é culpa é sempre do professor: se o aluno não conseguiu boas notas, se ele tem problemas pessoais, é sempre culpa do professor. É importante que família seja o principal o fator na vida do aluno, dando base para ele seguir sua educação na escola e não o contrário, como se tem visto. Existe uma divisão de tarefas que deveria ser respeitada.”
Quais fatores estressam mais os professores?
“É difícil escolher apenas um fator mais estressante no dia a dia, mas acredito que o problema maior é a falta de apoio e de presença dos pais. Isso é o mais prejudicial. A medida ideal seria a participação dos pais indo a escola, algo que a maioria nem faz. Um contato mais participativo diminuiria o estresse porque tiraria essa sobrecarga dos professores. A responsabilidade hoje é apenas nossa e isso reflete diretamente na saúde. A maioria dos professores convive com problemas de voz.”
Cristina Lesser, professora do ensino fundamental
“Quando o orientador pedagógico acompanha o que está acontecendo em sala facilita o trabalho. Esse suporte pode sim, ocasionalmente, reduzir o nível de estresse. No meu caso, eu tento extravasar sempre falando em casa, como uma válvula de escape. É uma profissão estressante, é impossível não passar por isso em algum momento. Na relação com os alunos, é mais importante a parte família-escola, pois os pais não acompanham se os filhos estudaram, fizeram as tarefas e, depois, vêm nos cobrar.”
Izabel Tavares, professora de educação infantil
“Os professores acabam perdendo um pouco da compostura em sala de aula por acúmulo de estresse e não há uma ajuda imediata das escolas para resolver este problema. O professor perde a autonomia dentro de sala por não poder tomar atitudes mais drásticas e isso cria uma pressão psicológica. Considero que, hoje, na minha vida pessoal, 50% de estresse é por conta dos alunos e 50% por causa da cobrança da direção. Até porque trabalho com creche e participo da vida destas crianças mais do que a própria família.”
Clarissa de Oliveira, professora de educação infantil
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