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17/02/2012

INVESTIR MAIS EM EDUCAÇÃO NÃO GARANTE MELHORES RESULTADO NO PISA

Retirado do site do jornal Estado de SP.

Países que mais gastam por aluno não necessariamente têm os melhores desempenhos

16 de fevereiro de 2012 | 13h 19
Os países que mais investem em educação por aluno entre os 6 e os 15 anos não são necessariamente os com melhor rendimento dos estudantes, segundo análise do Pisa divulgada nesta quinta-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Finlândia tem o melhor ensino do mundo, mas não é o país que gasta mais - Morguefile
Morguefile
Finlândia tem o melhor ensino do mundo, mas não é o país que gasta mais
O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês), criado em 2000, avalia a cada três anos o desempenho escolar de estudantes de 15 anos em todo o mundo.


"O dinheiro sozinho não pode comprar um bom sistema educativo", destacou a organização em seu relatório "Pisa in Focus", cuja conclusão é de que os países com melhores resultados nas provas de 2009 são aqueles que acreditam que "todas as crianças podem ter êxito na escola".
Segundo a organização com sede em Paris, uma das chaves do sucesso dos sistemas de educação é considerar que todos os alunos podem ter sucesso e não deixar que aqueles com problemas faltem, repitam de ano ou sejam transferidos para outras salas ou agrupados em classes diferentes em função de suas habilidades.


"Superada a barreira de uns US$ 35 mil por estudante" de investimento acumulado por aluno entre os 6 e os 15 anos em unidades monetárias harmonizadas, o gasto "não está relacionado ao resultado", indicou a OCDE.



A organização citou como exemplo países que investem mais de US$ 100 mil por aluno, como Estados Unidos, Suíça, Luxemburgo ou Noruega, e que obtêm resultados similares a países que gastam a metade disso, como Estônia (US$ 43 mil), Hungria (US$ 44 mil) ou Polônia (US$ 39 mil).


Os dois países com melhores resultados nas últimas provas do Pisa - Finlândia, com US$ 71 mil, e Coreia do Sul, com US$ 61 mil - estão muito distantes dos que mais investiram (como Luxemburgo, com US$ 155 mil acumulados por aluno, ou a Suíça, com US$ 104 mil).


O Chile investe por aluno US$ 23 mil, mais do que o México (US$ 21 mil). Ambos investem mais que países associados (mas não membros) à OCDE, como Brasil (US$ 18 mil) e Colômbia (US$ 19 mil).


Todos superam a Turquia, que com US$ 12 mil de investimento por aluno é a lanterna dos 33 Estados-membros da OCDE.


Investimento nos professores. Outro dos fatores cruciais detectados pela OCDE é que os países com melhores resultados nas provas trianuais de compreensão da leitura, matemática e ciências naturais são aqueles que mais investem nos professores.


Os professores de ensino médio da Coréia do Sul e de Hong Kong, ambos com excelentes resultados no Pisa, ganham "mais que o dobro do PIB per capita médio em seus respectivos países".


"Em geral, os países com bons resultados no Pisa atraem os melhores estudantes para a profissão de professor, e lhes oferecem salários mais altos e grande status profissional", indicou a OCDE.
Ainda assim, a organização precisou que essa relação entre professores e resultados não se verifica entre os países menos ricos.

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