Retirado do blog SEPE Regional 6.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Nós, professores e professoras desta escola, estamos
escrevendo esta carta para conversar com você responsável e com você
aluno(a) sobre o que nos atinge a todos e todas: o sonho da educação
de qualidade que nos está sendo roubado.
Temos visto as condições de nossa escola que no princípio nos causava
indignação e que depois de um tempo vai-se acostumando até se tornar
natural. E isso não é bom. Não podemos tratar a falta de estrutura da
escola como uma coisa natural: banheiros, portas e janelas quebrados e
sem manutenção(entre outras coisas), ratos e mosquitos com focos
distribuídos pela escola toda, enfim, um conjunto de coisas que
destroem a imagem da escola e a faz parecer um depósito de gente e não
um espaço de desenvolvimento humano. Por que é assim, e por que temos
que aceitar tudo isso? Pagamos nossos impostos e além disso temos o
direito subjetivo a uma educação decente. Perguntamos: o que é
decente para o governo não pode ser para o trabalhador também? Será
que os filhos dos governantes estudam em escola pública?
Não há verba para dar uma educação de qualidade para os filhos dos
trabalhadores. Não há verba para pagar um salário decente e formação
para os professores. Mas há 30 milhões disponíveis da verba pública
para realizar a festa pelo sorteio dos grupos das eliminatórias da
Copa do mundo das olimpíadas de 2014 na Marina da Glória, a linda
festa realizada no dia 30/07/2010. E o que nós, professores, estamos
cobrando do Estado são míseros 190 reais! E isto ainda não é o
necessário para um professor viver decentemente, pois significa um
pouco mais de 900 reais de salário.
Nós, professores, estamos sendo massacrados por um Plano de Metas do
governo Cabral que exige um currículo mínimo, que são os conteúdos que
temos que trabalhar com nossos alunos, pois há critérios que escapam
do controle do professor: se esse aluno sair da escola ou se uma aluna
ou professora ficar grávida a escola sofre diminuição da verba a ela
destinada pelo critério da meritocracia que o Estado quer impor. E
para que um currículo mínimo? Para aplicar o provão chamado Saerjinho
elaborado nos modelos internacionais, como mecanismo de avaliação do
emprego da verba da educação... que não chega! Cadê esse dinheiro para
melhorias na educação? Além disso esse provão avalia apenas o governo
estadual sem considerar os problemas de ensino muito anteriores que
são provenientes da educação municipal.
Nós professores estamos em greve. E mesmo assim nesta escola foi
feito um Conselho de Classe e lançamento de notas sem muitos
professores presentes. Queremos denunciar também que fazer o
lançamento de notas pelo sistema virtual chamado conexão-educação,
além de ser ineficaz, tem manipulado notas falsas para turmas que
estiveram sem professor. Nós nos recusamos a fazer uso deste sistema
por considerar que isso é tarefa administrativa já que cabe ao
professor manter notas nos diários de classe. Não estamos sendo pagos
por horas adicionais por este trabalho duplo.
Convocamos todos os responsáveis e alunos, todos os professores e
funcionários, a fazer parte dessa luta conosco: por uma educação de
qualidade e uma escola que desenvolva o ser humano e que trate a todos
nós com respeito!
Assinam os professores em greve no CAIC
ABAIXO-ASSINADO UMA MATRÍCULA UMA ESCOLA
A lei 2200 garante que os professores da rede estadual não podem mais ficar em mais de uma escola, entretanto o governador Cabral quer impedir que ela seja oficializada.
Clique aqui para saber mais e participar da mobilização.
Até 16/06/13 já foram 3.080 pessoas assinando.
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