ABAIXO-ASSINADO UMA MATRÍCULA UMA ESCOLA
A lei 2200 garante que os professores da rede estadual não podem mais ficar em mais de uma escola, entretanto o governador Cabral quer impedir que ela seja oficializada.
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Até 16/06/13 já foram 3.080 pessoas assinando.

24/07/2011

POR QUE EU ESTOU EM GREVE?

EU , professora de História, adoro o que faço. Sou considerada uma professora Caxias, sempre pensando em maneiras de melhorar , de facilitar o entendimento das coisas para os meus alunos.

Nunca faltei, já dei várias aulas extras porque algum colega faltou, eu estava de bobeira e resolvi pegar a turma sabendo que não ganharia nada a mais por isso. Entretanto, isso não quer dizer que eu considere a remuneração que ora recebo justa. Não é mesmo!

Sou uma funcionária pública da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro, atualmente o governador é o Sergio Cabral, até junho o salário inicial de um professor I era de R$765, 66. Em julho passou a R$800,11. Para fazer o mesmo trabalho com a mesma carga o horária um professor da rede municipal do Rio de Janeiro começa com R$1350,00.

O que um professor recebe no Estado, se ele trabalhar só pro Estado e tiver que viver sozinho não é suficiente para que ele sobreviva. Nem com duas matrículas isso é possível.

O governo do Estado deveria pagar no mínimo o mesmo valor que o município paga. O Rio de Janeiro arrecada muito, não é falta de recursos. É falta de vontade política.

Cansei de chegar a sala dos professores e ouvir um festival de reclamações e nenhuma atitude, nenhuma ideia. Vejo professores reclamando que o SEPE não faz isso, não faz aquilo, mas, afinal quem é o SEPE? Somos nós! Se não participamos das assembleias, não expomos nossas propostas como podemos reclamar de alguma coisa?

Eu estou em greve pela incorporação imediata de todas as parcelas do programa Nova Escola e pelo reajuste de 26%, que aliás ,já nem cobrem mais a inflação do período.

Eu poderia estar em recesso agora simplesmente passeando, descasando, mas, eu e alguns outros optamos por demonstrar publicamente nossa indignação montando acampamento na porta da Secretaria Estadual de Educação.

O maior diferencial desse movimento reside no fato de que pela primeira vez na história da educação fluminense uma greve adentra o recesso escolar. Quando um colega me perguntou:” Mas , como vamos estar em greve durante o recesso?” Eu respondi: “Sim, acaso não ficamos em greve nos finais de semana?” Estar em greve é estar paralisado até que suas causas sejam sanadas.

E as nossas motivações ainda não foram satisfeitas. Não me importo de trabalhar nos finais de semana, de suprimir as férias para repor as aulas, são ossos do ofício. Chatinho concordo, mas faz parte. O que eu não poderia era deixar esse momento passar.

Depois que a professora Amanda Gurgel apareceu no youtube mostrando o contracheque dela, apresentando seus números e uma outra série de razões como justificativa pra a greve no Rio Grande do Norte, eu e uma boa parte dos professores percebemos que esse é um momento muito especial para os profissionais de educação em todo Brasil.

Acredito que depois de esperarmos tantos anos por um aumento já deveríamos ter aprendido que ficar quietinho como cordeirinhos não dá em nada. O governador não vai ter um arroubo de generosidade e assinar um aumento decente pra categoria. Ele quer mais é ter recursos disponíveis pra se autopromover.

Por isso amados, se queremos conquistar, é isso mesmo conquistar salários dignos precisamos manifestar publicamente nossa indignação e a hora é essa.

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