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25/04/2013

PROFESSOR PREPARADO É "ARMA" CONTRA BRIGA EM ESCOLA


Retirado do site Gazeta do Povo.

Formação continuada torna o docente mais atento para mediar conflitos. Ação é fundamental para evitar violência no ambiente escolar
Publicado em 19/04/2013 | MARIA GIZELE DA SILVA, DA SUCURSAL

Ciúmes, brincadeiras de mau gosto ou olhares atravessados são estopins para brigas entre alunos. E tudo isso tem ido parar na internet. Num único site de compartilhamento existem mais de 90 mil vídeos que mostram cenas de agressão entre estudantes. Um dos mais recentes flagrantes, feito com um telefone celular, ocorreu nesta quarta-feira dentro da sala de uma escola estadual em Paulínia, no interior de São Paulo. Uma adolescente foi agredida no chão com socos e tapas pela colega, tudo isso na frente do professor, que pouco fez para separá-las. As duas meninas, estudantes do ensino médio, foram suspensas.

Embora situações como essa tenham se tornado comuns, elas poderiam ser controladas a partir da formação continuada de docentes, que seriam preparados para agir adequadamente em casos de brigas e evitá-las. Atentos, eles poderiam resolver pequenos conflitos antes que se transformassem em atos de violência. “Se as escolas priorizassem a mediação de conflitos, grande parte das violências poderia ser evitada”, analisa o doutorando em Educação Nei Alberto Salles Filho, coordenador do Núcleo de Estudos e Formação de Professores em Educação para a Paz e Convivências (NEP) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Contexto
Família contribui para a reprodução da violência nas escolas

O professor Nei Alberto Salles Filho, da UEPG, considera que nem a escola nem o aluno são culpados pelas ações de violência em ambiente escolar. “As crianças e os adolescentes só reproduzem a violência que veem na mídia e na sociedade”, comenta.

A família, muitas vezes, contribui para esta reprodução, como demonstra a pesquisa do Núcleo de Estudos da Violência da USP.

Numa das questões, 47% dos pais responderam que os filhos deveriam revidar a agressão sofrida por outro estudante na escola; 32% disseram que orientariam os filhos a evitar novas brigas; 15% disseram que os estudantes deveriam evitar novas brigas, porém, bater de volta se fossem provocados; 4% disseram que os filhos deveriam procurar uma autoridade, como um professor ou um diretor; e outros 3% não souberam ou não opinaram.

Para a coordenada da Patrulha Escolar Comunitária na Secretaria Estadual de Educação, Lígia Berg Camargo, fica o alerta para os pais. Além de incentivar os filhos a não se envolver em atos violentos, os pais devem acompanhar a vida escolar das crianças, verificar o que elas conversam nas redes sociais e monitorar sua vida social.

Rede privada
A assessora pedagógica do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná, Fátima Shueire Holanda, diz que as agressões em ambiente escolar ainda não foram discutidas pela rede privada. Segundo ela, as brigas em saídas de colégios são pontuais, porque há monitores acompanhando a passagem dos alunos.

MEC
Em âmbito nacional, o Ministério da Educação desenvolve o programa Escola que Protege. A base da iniciativa é a formação continuada de professores e o desenvolvimento de materiais didáticos sobre Educação para a Paz. Neste ano, a expectativa é ofertar 5,5 mil vagas em parceria com 19 instituições de ensino superior.

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Atualmente, porém, o professor não é visto nem por pais nem por estudantes como uma autoridade capaz de intervir em casos de conflito. Segundo pesquisa divulgada no ano passado pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo, apenas 4% das famílias recomendariam ao filho agredido que procurasse um professor ou um diretor. O levantamento ouviu moradores de dez capitais brasileiras (Curitiba não foi incluída) sobre o que pensam a respeito de atos de violência.



Tentativas

Para reduzir desavenças entre alunos, algumas iniciativas já são adotadas na rede pública de ensino. A Secretaria Estadual de Educação do Paraná, por exemplo, tem um núcleo de enfrentamento à violência em ambiente escolar. São apenas duas técnicas para atender 32 núcleos regionais de Educação. “Não tem como dar conta da demanda”, afirma a técnica pedagógica do núcleo Ana Paula Pacheco Palmeira. Busca-se então formar multiplicadores nos núcleos regionais de Educação.

Entre os multiplicadores está Arilei Rodrigues Albach, um dos diretores do Colégio João Ricardo von Borell du Vernay, na periferia de Ponta Grossa, com 1,8 mil alunos. Ele explica que, se o sinal de saída toca e os alunos ficam parados em frente da escola, esse é um indício de briga. “Nós percebemos e pedimos para os alunos irem embora, para se dispersarem”, comenta. Se ocorre um incidente, a Patrulha Escolar Comunitária é chamada. “Mas sempre trabalhamos para isso não acontecer. Temos professores que fazem formação continuada e aprendem sobre Educação para a Paz”, diz o diretor.

Patrulha Escolar deve chegar antes da briga

A coordenadora da Patrulha Escolar Comunitária na Se­­cre­­taria Estadual de Edu­­cação, Lígia Berg Ca­­mar­­go, informa que os policiais procuram chegar antes das brigas. Depois de ocorrida a agressão, os alunos envolvidos em lesão corporal são encaminhados para a Polícia Civil e o caso é analisado nas varas de Infância e Juventude para que o adolescente receba uma medida socioeducativa.

Além do trabalho repressivo, a prevenção está na pauta da Patrulha Escolar. “Neste ano, o tema é a prática da cortesia. Palavras como ‘desculpa’ e ‘obrigado’ fazem muita diferença, ainda mais porque as brigas começam por motivos banais”, argumenta o comandante da Patrulha Escolar em Ponta Grossa, tenente Saulo Vinicius Hladyszwski.

A equipe faz rondas no horário de saída dos alunos em algumas escolas de Ponta Grossa e palestras para estudantes. O comando da Patrulha Escolar no Paraná não divulga o número de viaturas, mas, conforme Lígia, há uma equipe de apoio para cada um dos 32 núcleos regionais de Educação.

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