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17/10/2012

SENADO APROVA LEI QUE REDUZ NÚMERO DE ALUNOS EM AULA


Retirado do site do jornal O Dia.

17.10.2012 às 00h35

No Ensino Médio, onde as turmas da rede estadual têm até 60, o máximo seria de 35. Se sancionada, regra valerá já para 2013
Rio -  Salas de aula das redes municipal e estadual do Rio poderão ter de cortar até quase pela metade o número de carteiras. Projeto de lei aprovado nesta terça-feira pela Comissão de Educação do Senado determina que as turmas dos 1º e 2º anos do Ensino Fundamental tenham no máximo 25 alunos e dos demais anos e Ensino Médio, 35.

A realidade fluminense é bem diferente. No estado, chega-se a 60 estudantes numa sala de aula. “É ótima iniciativa, mas ainda tímida. É o início do fim do abuso que vem ocorrendo com professores e alunos”, diz a professora de Políticas Públicas e Educação na Uerj, Eveline Algebaile.

Primeiros formandos da Escola Sesc de Ensino Médio: turmas de reduzidas e alto desempenho | Foto: Deise Rezende / Agência O Dia

Segundo ela, o excesso de estudantes dificulta laços entre colegas e professor e o aprendizado. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, a média de alunos por turma é de 45. O sindicato estadual de professores, Sepe, afirma que na rede municipal, é de 35.

A Secretaria Municipal de Educação não informou a lotação e afirmou aguardar a tramitação do projeto para se adequar. “Nas duas redes, seria preciso ao menos dobrar o número de docentes. O problema é maior na capital e na Baixada”, calcula a diretora do Sepe Wiria Alcântara.

Turmas de até 15 alunos
Exemplo de que quantidade menor de alunos em turma pode produzir bons resultados é a Escola Sesc de Ensino Médio em Jacarepaguá. Com até 15 alunos por sala horário integral, ficou entre as 10 melhores do Rio no Enem 2010.

O projeto, do senador Humberto Costa (PT-PE), segue para a Câmara e, depois, à sanção da Presidência. Se aprovado, valerá para todo o país já no próximo ano letivo.

CAp/Uerj, um dos campeões no ranking do Enem, sofre corte de horas-aula. Pais temem queda de qualidade | Foto: Fabio Gonçalves / Agência O Dia

CAp Uerj reduz horas-aula
Melhor escola pública do estado no Enem e 3ª no país, o CAp/Uerj sofreu redução de 404 horas-aula. A decisão do reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves, de cortar em 30% a carga horária dos mestres contratados, segundo a Associação de Pais e Alunos, está deixando crianças com tempos vagos.

“Algumas saíam às 15h e são liberadas ao meio-dia. Outras entravam às 7h e só têm aula às 9h30”, diz o presidente da associação, Jerônimo de Lourds.



Presidente da Comissão de Educação da Alerj, Comte Bittencourt (PPS), entrou contem com representação no MP contra Vieiralves: “Compromete muito a qualidade”. Procurada, a Uerj não se pronunciou.

UniRio terá 12,5% de cotas
A Universidade Federal do Estado do Rio (UniRio) vai reservar no próximo vestibular 12,5% das vagas em seus cursos para estudantes que cursaram todo o Ensino Médio em colégios públicos.

Dentro dessa reserva, as vagas serão ocupadas por negros, pardos e indígenas na proporção dessas populações no estado no último Censo.

Esse é o mínimo que as universidades federais deverão destinar no primeiro ano de implantação da Lei de Cotas. Até 2016, terão que aumentar, gradativamente, a quantidade de cotistas até atingir metade das vagas.

Segundo o reitor da UniRio, Luiz Pedro San Gil Jutuca, além da reserva de vagas para estudantes, a universidade vai manter os 20% das oportunidades para professores da rede pública em cursos de licenciatura. “A medida (a Lei de Cotas) é polêmica, mas é uma dívida que o estado está tentando pagar”, diz.

Em 10 anos, dobra número de calouros em universidades

Em 10 anos, mais que dobrou o número de estudantes que ingressaram nas universidades brasileiras. Segundo o Censo do Ensino Superior divulgados ontem pelo Ministério da Educação (MEC), a quantidade de alunos novos saltou de 1 milhão para 2,3 milhões, de 2001 a 2011.

O maior percentual de crescimento ocorreu nas universidades federais, que passaram de 125.701 para 308.504 matrículas. Ano passado, faculdades públicas e particulares efetuaram 6,7 milhões de matrículas, aumento de 5,7% em relação a 2010.

Entre as áreas de formação, a maior procura foi por cursos tecnológicos, que tiveram aumento de 11,4%. As licenciaturas para futuros professores registraram o menor interesse: 0,1% de crescimento. Alunos negros e pardos representam 20% dos concluintes. Em 1997, eram apenas 4%.

O número de matrículas nos cursos a distância subiu 14,7%. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, não comemorou: “O ensino a distância não pode crescer demais porque o risco é perder a qualidade”.

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