23/01/2012 - 15h13
FÁBIO TAKAHASHI
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
RENATO MACHADO
DE BRASÍLIA
ANTONIO GOIS
DO RIO
Prestes a deixar o governo para disputar a Prefeitura de SP, o ministro Fernando Haddad (Educação) reconhece que não conseguiu avançar como queria no ensino na área rural e no acesso de jovens ao ensino médio. Após quase sete anos à frente do MEC, ele passa amanhã seu cargo ao também petista Aloizio Mercadante.
Alan Marques-17.jan.12/Folhapress |
Fernando Haddad durante o anúncio oficial da sua pré-candidatura para a Prefeitura de SP pelo PT |
Haddad diz que os problemas no Enem desde 2009 foram "pontuais". Em relação à qualidade de ensino -no ensino médio, 29% dos estudantes têm o conhecimento esperado em português -, Haddad diz que antes havia uma tendência de piora.
"Algo que gostaria de ter feito mais seria na educação no campo, a pescadores, quilombolas, indígenas e população ribeirinha", disse à Folha na semana passada.
São nessas populações que persiste, em grande parte, o analfabetismo, hoje em 9%, segundo o IBGE -a meta era zerar o percentual.
O ministro reconheceu ser insuficiente o número de matrículas no ensino médio -menos da metade das pessoas com 19 anos terminaram o antigo colegial. "A partir dos 15 anos, a matrícula não é obrigatória. A obrigatoriedade só entra em vigor em 2016. A prioridade desse jovem é o mercado de trabalho."
De pontos positivos da gestão, o ministro citou a entrega de 126 campi universitários federais, 214 escolas técnicas, 552 polos de educação a distância e melhora no Ideb (indicador de qualidade do ensino básico).
Apontou também o aumento das matrículas no ensino superior, de 3 milhões para 6,5 milhões, ainda que a maior parte tenha sido na rede privada, por meio do ProUni (bolsas a alunos carentes) e Fies (financiamento estudantil).
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