ABAIXO-ASSINADO UMA MATRÍCULA UMA ESCOLA
A lei 2200 garante que os professores da rede estadual não podem mais ficar em mais de uma escola, entretanto o governador Cabral quer impedir que ela seja oficializada.
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19/06/2012
ANÁLISE DE UM COLEGA DOCENTE (RJ)
Retirado do site Diário de Classe postado por Omar Costa.
Publicado por Omar Costa em 19 junho 2012 às 8:36 em EDUCAÇÃO
Sou sindicalizado, mas não sou sindicalista. Contudo as minhas vísceras forçam-me a escrever porque estão sendo reprimidas, fustigadas, esmagadas por algozes virulentos descomprometidos com Educação de qualidade. Elas sangram sob toda forma de tensão inimaginável neste tão nobre ofício que é meu também: o de ser professor.É uma hemorragia que não estanca. Meus companheiros parecem perdidos, procurando resolver equações meritocráticas insolúveis, pois dependem de variáveis político-econômicas, sócio-comportamentais. QUE CULPA TEM UM PROFESSOR SE EM SUA TURMA NÃO HÁ UM QUANTITATIVO DE ALUNOS SUFICIENTE PARA O PADRÃO DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO? Desse mesmo professor são exigidas aulas atraentes para classes bem numerosas, com média de 40 pessoas, em quaisquer turnos... O que se quer, afinal? Por que o discurso não é coerente com a prática? Como melhorar os índices de desenvolvimento com base nesse tratamento humano? POR QUE NÃO GRITAMOS? POR QUE NÃO NOS MOBILIZAMOS? OU SERÁ CORRETO E JUSTO FECHAR TURMAS COM MENOS ALUNOS EM ANDAMENTO NO SEU ANO LETIVO?
Eu sangro. Alunos merecem respeito! EU MEREÇO RESPEITO!
Uma hecatombe acontece na Educação. Reviraram tudo, desconsiderando nossos acertos. Trabalhamos décadas formando pessoas, valorizando o indivíduo. Não os fizemos cidadãos, já que nós mesmos também não os somos... NUNCA FOMOS! Senão teríamos participação nas decisões que nos afetam. Dávamos, no entanto, incentivo para que cada aluno buscasse essa condição, esse reconhecimento, com nossos próprios exemplos, acima de tudo. Nós nos indignávamos com os absurdos. Agora é diferente. Prevalece a resignação e o individualismo. Seríamos fortes como categoria. Somos fracos. Despolitizados. Às vezes ingênuos. Quase perguntamos aos alunos o que fazer? Queremos o salário do mês, sem cortes, “como homens bem disciplinados” (Gonzaguinha, que saudade! Que falta que faz!...) Não desejamos nos indispor. Carregamos em nossa cultura escravocrata a desgraça da força do pensamento de que “ganhamos dinheiro”, e não que o “fazemos” – make money – como os americanos. Vamos ganhar dinheiro com o lançamento de notas, suprindo a carência de secretários, com as aplicações de provas diagnósticas e punitivas, com os concursos para diretores (que ideia!), com as tentativas desesperadas de atingirmos as metas estabelecidas pelo governo??? NÃO!!! MAS O EMPREGADOR VAI! EXIMINDO-SE DA PARTE MAIOR DA CULPA DE NOSSO ÍNDICE EDUCACIONAL ESTAR TÃO ABAIXO DO QUE MERECÍAMOS!...
Não cessa o sangramento... Enquanto não nos unimos, os burocratas dão mostras de que se unem cada vez mais, articulando-se, sempre a favor de si mesmos, evidentemente. Recusam-se a pagar o que merecemos e querem retirar o que temos. Já tramita a possibilidade de redução de nossos salários através do corte dos triênios e a maioria de nós parece ignorar esse crime iminente. Por quê? Acham que não vai acontecer? Acreditam na benevolência dos políticos e magistrados? Não estamos blindados. Não somos reconhecidos. Porque parece que NÃO NOS RECONHECEMOS.
Sangro. Principalmente ao perceber que, com toda a capacidade de análise e percepção que temos, acomodamo-nos quando entendemos que um mal não é tão grande quando não nos atinge, mesmo que atinja outro colega. Satisfazemo-nos por sobrevivermos quando perdemos o amigo próximo. Se o problema é com ele, se é ele quem vai enfrentar, então não é problema!... A imprensa divulgou que a redução salarial ocorrerá apenas para os professores mais novos, aliviando muitos corações de professores mais antigos. O documento a ser julgado não alivia nenhum coração, não. E, ainda que nem documento houvesse, ainda que nem para ser julgado estivesse, já deveríamos protestar por essa infâmia ser cogitada por nossos governantes.
Fonte: Professor Marcio José Fazenda de Souza
Rio,17 de junho de 2012
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OPINIÃO
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