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04/04/2012

PARA APEOESP BÔNUS NÃO MELHORA A EDUCAÇÃO

Retirado do site do Diário de Marília.


03/04/2012 23:00:13
Sindicato pede salários compatíveis com importância social dos professores


Na sexta-feira (30) o Governo Estadual realizou o pagamento do “bônus resultado” aos profissionais do Magistério da rede estadual de ensino.


Desde que a medida foi implementada, ainda na gestão do ex-Governador Mário Covas, a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo) tem reafirmado sua posição contrária a esse tipo de política. No entendimento do sindicato, os professores e demais profissionais do Magistério devem receber salários compatíveis com a importância social da profissão e com a sua formação e não bônus ou gratificações, que não se incorporam ao salário e não se refletem na aposentadoria e nos benefícios da carreira, calculados sobre o salário base.


Entretanto, no caso do bônus, há um agravante que se reflete nos resultados e traz prejuízos para expressiva parcela da categoria. Calculado sobre o resultado do exame do Saresp– Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (que gera o IDESP) o bônus reflete situação desigual das diferentes unidades escolares, sem considerar esta desigualdade no cálculo dos valores a serem pagos. “É necessário, entretanto, que haja políticas educacionais para isto. É preciso que a escola esteja equipada, em todos os sentidos, para oferecer ensino de qualidade às comunidades mais pobres, sem deixar de considerar as especificidades daquela comunidade; ao contrário, trabalhando-as no contexto de seu projeto político pedagógico”, fala o presidente da Apeoesp, Juvenal Aguiar.


A política de bônus não contribui para a melhoria da qualidade do ensino e para a valorização dos profissionais do Magistério, equalizando diferenças regionais. Existem escolas na Capital, na Grande São Paulo e em muitas cidades do interior que não dispõem de banheiros separados para meninos e meninas em número suficiente, por exemplo. As salas superlotadas são outro fator que prejudica a qualidade de ensino e ocorre com maior frequência nas escolas da periferia ou as localizadas em bairros com populações mais numerosas, pois não há escolas suficientes ou há falta de professores. A violência nas escolas, outro fator de stress e prejuízos à qualidade do ensino, também ocorre de forma mais acentuada na periferia.


Assembleia reivindica reajuste salarial



Na assembleia estadual que a entidade realizou em 16 de março os professores aprovaram, mais uma vez, reivindicar a transformação dos valores do bônus em salário, por meio de reajuste salarial que contemple toda a categoria, inclusive aposentados. Para o sindicato a melhoria da qualidade da educação não se dará com medidas discricionárias como o bônus e “provas de mérito” e sim com políticas educacionais consistentes, que valorizem o trabalho do professor na sala de aula, por meio de salários dignos, carreira justa, jornada de trabalho adequada e melhores condições de trabalho. A assembleia também decidiu cobrar do Governo do Estado um plano de reformas e construção de unidades escolares.


A Apeoesp luta por uma escola pública que corresponda às necessidades dos nossos alunos e de suas famílias, para que possamos formar cidadãos cada vez mais comprometidos com as transformações que o nosso país precisa para se desenvolver plenamente, em todas as suas dimensões.


Um projeto como este não se realizará sem os professores, ou contra eles. Medidas transpostas das empresas privadas para as escolas públicas, como o “bônus resultado”, vão na direção oposta a este caminho.

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