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18 de julho de 2011
Decisão da Justiça que autorizou o governo a descontar os dias parados ajudou na desistência da greve
Foto: Fabrício Escandiuzzi/Especial para Terra
Foto: Fabrício Escandiuzzi/Especial para Terra
Os professores da rede estadual de Santa Catarina decidiram, no início da noite desta segunda-feira, pôr fim a uma greve que já durava mais de dois meses. Em assembleia estadual realizada em Florianópolis, a classe optou por voltar às salas de aula após 62 dias de paralisação. Mesmo assim, ressalvaram, o estado de greve continua.
Na última semana, o governo catarinense aprovou um projeto na Assembleia Legislativa estipulando os vencimentos da classe para o próximo ano. O texto determinou que o magistério passasse a receber salários superiores ao piso nacional da categoria, mas, ao mesmo tempo, reduziu os porcentuais de uma série de benefícios da carreira, como a regência de classe e o quinquênio.
Nesta segunda, cerca de 2 mil professores, segundo a Polícia Militar, reuniram-se na região central de Florianópolis. A classe optou, quase que por unanimidade, em recuar na greve e voltar às salas de aula. Mesmo assim, muitos manifestantes ostentaram faixas e cartazes pedindo a prisão e o impeachment do atual governador, Raimundo Colombo (PSD).
Um dos principais motivos pela desistência da greve foi a decisão da Justiça em autorizar o governo do Estado a descontar os dias parados dos professores. "Vamos retornar às aulas, mas sem desistir do movimento", disse a coornadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sinte), Alvete Bedin. "A luta continuará e estaremos atentos aos passos do governo."
A assembleia definiu que os professores devem retornar ao trabalho já na próxima terça-feira. Apesar do retorno, os 700 mil alunos matriculados na rede estadual ainda correm o risco de ver o ano letivo comprometido: segundo a Secretaria de Educação de Santa Catarina, a reposição de aulas deve durar até o dia 30 de dezembro.
Também foi decidido no evento de hoje que uma comissão vai acompanhar o andamento da proposta aprovada pelo governo na última semana na Assembleia. Durante a sessão, houve tentativa de invasão do plenário, e a tropa de choque da Polícia Militar precisou cercar o prédio para evitar que os deputados estaduais fossem agredidos pelos professores.
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