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22/06/2012

ALUNOS DA REDE PÚBLICA DO RIO FARÃO PROVAS PELO COMPUTADOR


Retirado do jornal O Globo.


Banco com 80 mil questões será criado pela Secretaria de Educação; sistema será usado inicialmente em provas bimestrais
RUBEN BERTA
21/06/12 - 6h00


As aulas digitais que já são aplicadas na rede municipal: provas eletrônicas a partir do segundo semestre
DIVULGAÇÃO


RIO - Os alunos da rede municipal de ensino do Rio começarão a experimentar, a partir do segundo semestre, um novo jeito de fazer provas. A Secretaria de Educação já começou a treinar cem professores para preparar um banco com 80 mil questões voltadas para testes digitais, que serão aplicados aos alunos em computadores portáteis já existentes na maioria das escolas. O sistema será usado inicialmente nas avaliações bimestrais, que servem como base para o acompanhamento do desempenho das unidades.


— É algo que vai facilitar a vida do professor, principalmente na questão da correção automática das provas, sem que ele perca o controle sobre o desempenho do aluno, já que o sistema pode até produzir relatórios sobre a evolução dos estudantes — destaca a secretária municipal de Educação, Claudia Costin.


Os testes digitais não substituirão as tradicionais provas de papel, das avaliações cotidianas do professor. Todas as questões aplicadas pelo computador serão de múltipla escolha. Há a possibilidade até de serem usadas animações para tornar o uso mais atrativo para os alunos. Em 2013, o sistema também será utilizado em provas feitas no início do ano letivo, para detectar se o nível de letramento dos estudantes dos 1, 2 e 3 anos do ensino fundamental está adequado à série.


— O sistema tem a possibilidade de mudar a dificuldade das questões se o aluno não consegue respondê-las. Pode voltar de uma de nível médio para uma fácil. Conseguimos saber até onde aquele aluno está conseguindo assimilar os conteúdos — completa Costin.


Prefeitura testa diários de classe eletrônicos
Além das provas digitais, a rede municipal já está realizando os primeiros testes de um novo diário de classe eletrônico. O sistema está sendo aplicado em 150 unidades e faz parte do que Costin chama de “Escola 3.0”. A intenção é cada vez mais abolir o uso desnecessário do papel no cotidiano dos colégios.
Todo esse processo de informatização começou em 2010, quando a Secretaria de Educação criou a Educopédia. O projeto disponibilizou aulas digitais, criadas pelos próprios docentes, para a toda a rede: hoje, o órgão estima que cerca de 70% dos professores já utilizem o conteúdo. Todas as escolas, do 6 ao 9 ano do ensino fundamental, foram contempladas com projetores para que os profissionais pudessem expor aos estudantes vídeos, jogos e animações.


— Não há qualquer obrigatoriedade para que o professor utilize esses recursos, mas mesmo assim tivemos uma adesão muito grande — afirma Claudia Costin.



Uma das unidades pioneiras no sistema foi a Escola Municipal Rivadávia Correa, no Centro. Mas rapidamente as aulas digitais foram se expandindo: um site (www.educopedia.com.br) foi criado para facilitar o acesso aos conteúdos.


Os colégios que têm a Educopédia já haviam sido contemplados com computadores portáteis que são utilizados em algumas atividades. Esses equipamentos também servirão a partir do segundo semestre para a aplicação das novas provas digitais.


Aulas digitais do Rio chegaram até a Finlândia
A Educopédia foi recentemente licenciada pelo projeto global de gestão de direitos autorais na internet Creative Commns como um recurso educacional aberto. Com isso, será permitido que outras redes educacionais a copiem, usem, adaptem, ou compartilhem seus conteúdos.


Após a concessão da licença, a Secretaria municipal de Educação já foi convidada a apresentar o projeto em outros países, como ocorreu na Finlândia, durante o encontro do Global Education Leaders Program, fórum de líderes governamentais de 13 países como China, Índia, Estados Unidos e Austrália, que discute educação e inovação.


A Educopédia também será apresentada no Congresso Mundial de Recursos Educacionais da Unesco, em Paris. A Unesco também reconhece a plataforma como um dos principais exemplos de recursos educacionais abertos de qualidade na América Latina.


Para o início das provas digitais, o Ministério da Educação está colaborando com a prefeitura do Rio na consolidação do banco de questões. As primeiras séries onde o sistema será usado serão o 5 e o 9 anos do ensino fundamental.

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